Revista Lusófona de Estudos Culturais https://rlec.pt/index.php/rlec <p>A <em>Revista Lusófona de Estudos Culturais</em> (RLEC)/<em>Lusophone Journal of Cultural Studies</em> (LJCS) é uma revista temática da área dos estudos culturais. Publicada desde 2013 no sistema OJS, esta revista de acesso aberto tem um rigoroso sistema de arbitragem científica e é publicada integralmente em português e em inglês duas vezes por ano (junho e dezembro). De 2013 a 2016 foi publicada pela Universidade do Minho e Aveiro, em conjugação com o Programa Doutoral em Estudos Culturais. Em 2017, passou a ser publicada, exclusivamente, pelo <a href="http://www.cecs.uminho.pt/" target="_blank" rel="noopener">Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade</a>, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia. O conselho editorial da RLEC integra reputados especialistas dos estudos culturais, de diversos pontos do mundo. </p> Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho pt-PT Revista Lusófona de Estudos Culturais 2184-0458 <p>Os autores são titulares dos direitos de autor, concedendo à revista o direito de primeira publicação. O trabalho é licenciado com uma Licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional</a>.</p> Um Estudo Comparativo do Trabalho dos Profissionais de Assistência a Mulheres Agredidas https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/3919 <p>O serviço de atendimento a mulheres vítimas de violência constitui um espaço de risco para a manifestação da síndrome de burnout e transtorno de estresse pós-traumático secundário, ocasionado pela escuta de experiências traumáticas. Por isso, este artigo tem por finalidade descrever as condições de trabalho, investigar a experiência de atendimento a mulheres vítimas de violência e observar as práticas de autocuidado exercidas pelo grupo profissional em níveis pessoal, profissional, coletivo e institucional. O texto apresenta um estudo comparativo realizado no Brasil e na Espanha com 32 sujeitos. A análise dos dados oriundos do contexto brasileiro foi realizada com o Iramuteq, por meio da classificação hierárquica descendente, resultou em cinco classes, a saber: atendimento às mulheres vítimas de violência; conflitos, violências e atividade profissional; autores de práticas de assédio e condições de trabalho; autocuidado pessoal; gerenciando os obstáculos no ambiente de trabalho. Os resultados coletados com as profissionais espanholas também foram submetidos à mesma análise de dados, resultando em cinco classes: trajetória, desempenho profissional e condições de trabalho; atendimento a mulheres vítimas de violência e formas de autocuidado; afirmações sobre conflito e violência; autocuidado pessoal; formas de assédio e conflito. A análise comparativa apontou para semelhanças no tocante à experiência subjetiva e um distanciamento nas características de autocuidado empreendidas por profissionais brasileiras e espanholas. Refletir sobre a dinâmica institucional destes ambientes e a influência dos fatores socioculturais no autocuidado são propostas deste estudo.</p> Karine David Andrade Santos Joilson Pereira da Silva Alicia Perez Tarrés Leonor María Cantera Espinosa Direitos de Autor (c) 2022 Karine David Andrade Santos, Joilson Pereira da Silva, Alicia Perez Tarrés, Leonor María Cantera Espinosa https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 149 164 10.21814/rlec.3919 Lazer & COVID-19: Corpos Proibidos e Alterações nas Dinâmicas de Lazer nas Cidades da Maia (Portugal) e Curitiba (Brasil) https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/3989 <p>Este artigo pretende colocar no cerne de uma reflexão crítica, política e teórica as alterações nas dinâmicas de lazer urbano, nomeadamente, nas cidades da Maia (Portugal) e Curitiba (Brasil), fruto da pandemia de COVID-19. Consideramos, sob a lente dos estudos culturais, que a COVID-19 constitui uma oportunidade fundamental e única para compreender os fenómenos humanos em torno de uma situação sanitária limite que acionou e continua a acionar processos biopolíticos e mecanismos de controlo tecnológico na mobilidade e lazer dos corpos. Este artigo destaca a forma como a pandemia diluiu as fronteiras entre o doméstico, trabalho e lazer, muito em serviço e benefício do sistema neoliberal e capitalista. Recorrendo a uma recolha etnográfica (realizada entre março de 2020 e junho de 2021), à análise qualitativa de dados e aos contributos teóricos de Foucault (1979/1998, 1996/1999, 1975/2002, 1994/2006, 2010a, 1976/2010b), Deleuze (1992, 1995), Certeau (1980/1994, 1993/1995), Haraway (1997, 2018), Braidotti (2020) e Mbembe (2003/2018) numa articulação muito particular com o locus, o contexto social e político dos espaços e as consequências pandémicas que atuam de uma forma muito específica e insidiosa em cada um dos espaços, foi possível verificar que o lazer é, na pandemia, (re)valorizado e reivindicado como direito fundamental em face da regulação, controlo e disciplina dos corpos. Os dados indicam que os sujeitos reclamam a mobilidade e os espaços perdidos, desafiando a ordem, a lei e a autoridade implementadas. Evidenciou-se, igualmente, uma pertinente articulação teórica e empírica entre as políticas sanitárias implementadas e as performances disruptivas e subversivas observadas, que apresentam, no tempo e no espaço, uma gradação e progressão da subversão dos corpos nos parques de lazer, locus privilegiado da liberdade.</p> Fernanda Castro Maria Manuel Baptista Simone Rechia Direitos de Autor (c) 2022 Fernanda de Castro, Maria Manuel Baptista, Simone Rechia https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 165 195 10.21814/rlec.3989 Entrevista com Eloy Rodrigues: “Não Haverá Ciência Aberta, Se Não For Abandonado o Uso Excessivo e Errado das Métricas” https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/4044 <p>Eloy Rodrigues é membro do Grupo de Especialistas em Ciência 2.0/Ciência Aberta da Associação das Universidades Europeias, em representação do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. Profundo conhecedor das questões da ciência aberta e um dos principais atores deste movimento em Portugal, é diretor dos Serviços de Documentação e Bibliotecas da Universidade do Minho (UMinho). É um dos principais advogados da adesão a práticas de ciência aberta e da inclusão do acesso aberto nas políticas institucionais. Coordenou a participação da UMinho em mais de uma dezena de projetos (como o <em>OpenAIRE</em>, <a href="https://www.openaire.eu/">https://www.openaire.eu/</a>, e o <em>FOSTER</em>, <a href="https://www.fosteropenscience.eu/">https://www.fosteropenscience.eu/</a>) financiados pela União Europeia e relacionados com os repositórios e a ciência aberta, sendo uma figura ímpar na concretização do acesso aberto a partir dos repositórios institucionais. Foi presidente do Conselho Executivo da Confederação de Repositórios de Acesso Aberto (<a href="https://www.coar-repositories.org/">https://www.coar-repositories.org/</a>), de 2015 a 2021, e coordena, desde 2008, a equipa da UMinho que desenvolve o projeto <em>Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal</em> (<a href="http://www.rcaap.pt">www.rcaap.pt</a>).</p> Elsa Costa e Silva Direitos de Autor (c) 2022 Elsa Costa e Silva https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 139 146 10.21814/rlec.4044 A Escada do Poder: Comunicação de Ciência e Ciência Cidadã https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/4059 <p>A 28 de março de 2022, a<em> Journal of Science Communication</em> publicou um número especial sobre comunicação participativa de ciência com 15 artigos e ensaios. A edição especial da<em> Journal of Science Communication</em> suscitou um debate entre os quatro editores sobre a formulação da chamada de trabalhos. Qual é a diferença entre “comunicação participativa de ciência” e “ciência cidadã”? Serão pontos distintos ao longo de um continuum entre “simples” e “mais envolvidos”? Será que a “ciência cidadã” engloba a “comunicação participativa de ciência”? E será que toda a “ciência cidadã” é participativa? Uma das principais considerações será o nível de envolvimento dos “cidadãos” nestes esforços e que tal consideração se traduz em questões de poder. Este ensaio explora as definições de comunicação participativa de ciência e ciência cidadã. Examina cada um destes conceitos através do quadro das relações de mudança e do desequilíbrio de poder implícito entre cientistas e vários públicos. Ao fazê-lo, revisitamos o trabalho de Sherry Arnstein (1969), “Ladder of Citizen Participation” (Escada de Participação Cidadã), e construímos escadas complementares para a comunicação da ciência e da ciência cidadã.</p> Thomas Gascoigne Jenni Metcalfe Michelle Riedlinger Direitos de Autor (c) 2022 Thomas Gascoigne, Jenni Metcalfe, Michelle Riedlinger https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 15 27 10.21814/rlec.4059 A Ciência Cidadã: Passado, Presente e Futuro do Envolvimento Público na Investigação Científica https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/4051 <p>Numa altura em que as relações entre ciência e sociedade adquirem cada vez mais protagonismo, iniciativas que permitam um maior envolvimento e diálogo entre ambas as partes ganham cada vez mais destaque. Neste contexto tem-se assistido a um enorme crescimento, ao longo da última década, de uma prática conhecida como ciência cidadã que, pelo facto de constituir uma forma de participação pública na investigação científica, potencia o avanço mais rápido do conhecimento científico, contribuindo para uma maior colaboração entre a ciência e a sociedade. Apresenta-se aqui um breve apanhado das principais características da ciência cidadã, de que forma esta prática surge no passado, mobilizando o envolvimento da sociedade daquele tempo, analisando, em particular exemplos relacionados com o registo da biodiversidade, e traçando algum do panorama atual em Portugal. Deixam-se algumas sugestões para o futuro desenvolvimento de ações nesta área, em particular estudos que analisem as motivações para participar na investigação científica, permitindo abrir portas a uma ciência mais aberta e partilhada.</p> Cristina Luís Direitos de Autor (c) 2022 Cristina Luís https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 29 42 10.21814/rlec.4051 Comunicação de Ciência e Ciência Cidadã: Estratégias Para o Cidadão Comum https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/3993 <p>A ciência cidadã (CC) assume-se como uma mudança de paradigma na comunicação de resultados científicos à sociedade. A CC tem como propósito produzir conhecimento com a sociedade e promover a sua democratização por meio de abordagens participativas entre investigadores e cidadãos comuns. Visando aproximar-se do cidadão comum, entidades de investigação internacionais têm vindo a desenvolver estratégias de comunicação do conhecimento científico. O presente estudo tem por objetivo identificar as estratégias para promover a comunicação de ciência aos cidadãos comuns, implementadas por entidades de investigação internacionais que praticam a CC. Trata-se de um estudo exploratório de natureza descritiva, com recurso à análise documental. Foram analisadas as páginas de internet de 23 entidades científicas internacionais, com idoneidade e trabalho relevante, em sua maioria, voltadas para a área da saúde. O corpus textual foi organizado e submetido à técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados revelam diversas estratégias de comunicação de ciência para o cidadão comum, entre as quais se destacam: a revisão de materiais informativos por parte dos cidadãos prévia à sua disseminação; cursos e capacitação dos cidadãos sobre temáticas relacionadas com a ciência e comunicação de ciência; palestras e diálogos em ambientes escolares ou informais (e.g., cafés, lojas, espetáculos de teatro, stand-up); materiais informativos digitais de conteúdo científico simplificado e amigável. Verifica-se uma tendência das entidades científicas para promover a CC, através de estratégias inovadoras que visam a aproximação ao cidadão comum e o seu envolvimento.</p> Elaine Santana Rosa Silva Ana Filipa Cardoso Filipa Ventura Joana Bernardo João Apóstolo Direitos de Autor (c) 2022 Elaine Santana, Rosa Silva, Ana Filipa Cardoso , Filipa Ventura, Joana Bernardo, João Apóstolo https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 43 60 10.21814/rlec.3993 Ciência e Tecnologia: Percepções de Jovens da Cidade do Rio de Janeiro https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/3975 <p>Muitos dos desafios das democracias contemporâneas estão ligados à circulação, à apropriação social, à discussão e ao uso do conhecimento tecnocientífico. Nesse sentido, estudar percepções sobre a ciência e a tecnologia, atitudes e práticas de apropriação do conhecimento de diversos públicos é hoje um tema central tanto no contexto acadêmico como para gestores, para a construção de indicadores de avaliação e criação de políticas. Nesse contexto, um público se destaca pelas suas particularidades: os jovens com idade entre 18 e 24 anos, que nasceram e cresceram juntos com a internet no Brasil, chegando à vida adulta a partir de uma socialização em que não tiveram papel central apenas a escola e a família, mas também os fluxos de informação e as práticas de sociabilidade em redes online. Com o objetivo de explorar, aprofundar e contextualizar opiniões e percepções destes jovens sobre ciência e tecnologia, realizamos neste estudo, de caráter qualitativo, cinco entrevistas em profundidade, seguidas de cinco grupos de discussão com jovens residentes da cidade do Rio de Janeiro. Coletamos um rico corpus junto a esses jovens que apresentaram uma visão positiva da ciência e tecnologia, reconhecendo seus benefícios e riscos, vinculando a atuação da área ao contexto social e trazendo-nos reflexões e possibilidades para estabelecer diálogos e processos comunicacionais.</p> Ione Maria Mendes Luisa Massarani Yurij Castelfranchi Direitos de Autor (c) 2022 Ione Maria Mendes, Luisa Massarani, Yurij Castelfranchi https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 61 80 10.21814/rlec.3975 Participação, Cidadania e Ciência: A Experiência do Pergunte aos Cientistas da Agência Escola Universidade Federal do Paraná https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/3973 <p>A comunicação pública da ciência na universidade tem o propósito de incentivar o diálogo entre a sociedade e seus cientistas. Ao envolver o cidadão nos debates sobre suas ações de ensino, pesquisa e extensão, a universidade possibilita a troca de conhecimentos com a comunidade. Aqui discutimos como essa relação é estabelecida por meio do projeto <em>Pergunte aos Cientistas</em>, no qual a população pôde esclarecer dúvidas sobre a COVID-19 com pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. Nós, autoras deste artigo, fazemos parte da Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica da Universidade Federal do Paraná, que se apresenta como a instituição de ensino mais antiga do Brasil. Por meio da análise descritiva, identificamos os públicos que participaram nessa ação e refletimos sobre a aproximação entre a sociedade e os cientistas. Para tanto, acionamos os conceitos de ciência aberta (Recomendação da UNESCO Sobre Ciência Aberta, 2021), divulgação científica (Caldas, 2010; Granado &amp; Malheiro, 2015) e comunicação pública da ciência (Bucchi, 2008; Manso, 2015). Os estudos de formação de públicos (Dewey, 1946; Henriques, 2018) foram fundamentais para compreender como se dá a participação dos públicos no <em>Pergunte aos Cientistas</em>. A iniciativa tem demonstrado a importância de um cidadão ativo e ciente do seu entorno. Nesta troca de comunicação entre cientistas e a sociedade, ambos são beneficiados. Os cientistas conseguem mapear dúvidas e necessidades da população, possibilitando o desenvolvimento de pesquisas a partir das demandas sociais. Por sua vez, a sociedade descobre que também tem espaço para mostrar os seus saberes e adquirir mais conhecimento com uma universidade que abre as portas para a sua comunidade. </p> Claudia Irene Quadros Regiane Regina Ribeiro Patricia Goedert Melo Chirlei Diana Kohls Direitos de Autor (c) 2022 Claudia Irene de Quadros, Regiane Ribeiro, Patricia Goedert Melo, Chirlei Kohls https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 81 98 10.21814/rlec.3973 Aprendizagem Situada, Práxis e Saberes Sobre Invasões Biológicas de Catadores do Coral-Sol no Litoral Brasileiro https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/3998 <p>A partir das proposições da aprendizagem situada e dos diálogos entre ciência e a comunidade local da Vila do Abraão — Rio de Janeiro, Brasil, foi investigada a conceituação do manejo de invasores biológicos enquanto prática sociocientífica que amplifica os processos de aprendizagem sobre questões que envolvem esta temática. O materialismo histórico-dialético foi utilizado como perspectiva teórico-metodológica. Ao considerar a aprendizagem por meio da prática social, buscamos as contribuições da filosofia da práxis e Paulo Freire. Assim, o conceito de invasões biológicas e suas significações foram construídos pelos participantes do manejo. As contribuições marxistas da práxis e de Paulo Freire foram necessárias para o processo de síntese teórica deste trabalho, que aponta as potencialidades da prática de catação (manejo) como local de intercâmbio das relações entre ciência e sociedade através da práxis, conscientização e ação sobre a realidade.</p> Rafael Vitame Kauano Alessandra Fernandes Bizerra Direitos de Autor (c) 2022 Rafael Vitame Kauano, Alessandra Fernandes Bizerra https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 99 117 10.21814/rlec.3998 Ciência Cidadã Recíproca e de Baixo Para Cima: Recursos Inexplorados de Novas Ideias. Experiências Preliminares de um Programa de Ciência Cidadã Como Envolvimento Público https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/3996 <p>Na pesquisa científica, a ciência cidadã é amplamente considerada como o envolvimento do público geral em pesquisas científicas iniciadas por universidades, organizações científicas ou centros de investigação. Nessa abordagem de cima para baixo (ciência cidadã chamada <em>top-down</em>), os cidadãos participantes geralmente recolhem dados ou fornecem amostras para pesquisa — ou seja, são considerados assistentes voluntários de pesquisa que seguem instruções. O presente estudo analisa alternativas de ciência cidadã <em>top-down</em>: uma, amplamente conhecida, que é o método <em>bottom-up</em> (de baixo para cima) da ciência cidadã e outra, a abordagem recíproca sugerida pelos autores. <em>Bottom-up</em> é baseado em iniciativas locais e é constituído por projetos liderados pela comunidade. Para a ciência cidadã de baixo para cima, as organizações científicas podem fornecer estruturas metodológicas e organizacionais. No entanto, a ideia e a implementação continuam a pertencer à competência dos cidadãos participantes. A ciência cidadã recíproca surgiu da necessidade de uma abordagem mais holística da ciência cidadã. Como parte disso, identificar projetos viáveis, medir o seu potencial científico e/ou inovativo e integrá-los a um programa de mentores de ciência cidadã são questões a serem discutidas e resolvidas sistematicamente. Este estudo aborda desafios metodológicos na mentoria de projetos de ciência cidadã, abrangendo um conceito de formação de mentores concebido pelo Instituto de Descobertas Transdisciplinares. Incentivar a pesquisa dos cidadãos é necessário para dar um novo impulso às descobertas científicas. As perspectivas de pessoas sem formação científica também podem trazer problemas — principalmente aqueles que exigem abordagens novas e imparciais. A ciência cidadã também pode ser uma solução para alavancar o conhecimento dos que abandonaram a carreira científica.</p> Evelin Gabriella Hargitai Attila Sik Alexandra Samoczi Milan Hathazi Csaba Bogdán Direitos de Autor (c) 2022 Evelin Gabriella Hargitai, Attila Sik, Alexandra Samoczi , Milan Hathazi https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 119 135 10.21814/rlec.3996 Novos Domínios do Binómio Ciência-Sociedade: Ciência Aberta, Ciência Cidadã e Contextos Informais de Envolvimento do Público https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/4483 Elsa Costa e Silva Marta Entradas Luisa Massarani Direitos de Autor (c) 2022 Elsa Costa e Silva, Marta Entradas, Luisa Massarani https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-22 2022-12-22 9 2 7 12 10.21814/rlec.4483