CARNE DE CONFIANÇA TEM NOME?
DIZERES DISTÓPICOS NA SOCIEDADE DA TRANSPARÊNCIA
Resumo
Abordamos, neste artigo, as distopias presentes em enunciações sobre escândalos midiáticos que envolvem marcas e governo na sociedade da transparência. Para tanto, analisamos um corpus formado por reportagens sobre a empresa JBS, notadamente as interações discursivas em relação aos escândalos resultantes da operação “Carne Fraca” – realizada pela Polícia Federal –, e da gravação feita por Joesley Batista com o então presidente Michel Temer, considerando os sentidos atribuídos à “transparência” e “confiança”, com foco nas formações discursivas. Quanto ao referencial teórico-metodológico, mobilizamos autores como Han (2017), Peres-Neto (2014), Thompson (2002), bem como Baccega (2007), Orlandi (1999) e Maingueneau (1989), dentre outros. Os resultados evidenciam a permanência de distopias político-econômicas nos escândalos midiáticos da contemporaneidade brasileira, em que diferentes escândalos do passado recente ou do presente possuem recorrências que subtraem a importância de valores como confiança, sinceridade e honestidade.